segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gênio

Deixarei por enquanto apenas o link do vídeo que mostra a pintura de ontem na Vila.

http://www.youtube.com/watch?v=LWiDjBdKQP4&feature=related

Maiores comentários sobre o Fenômeno serão feitos segunda que vem.

Boa noite a todos !

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Meritocracia - Parte 2

Como fiquei alguns dias sem postar nada, então vou produzir hoje.

Gostaria de voltar rapidamente ao tema do post de 23 de Março (O Brasil e a Meritocracia), mais especificamente ao exemplo 2 sobre a proliferação dos cargos não concursados no governo Lula.

Numa recente reportagem do Fantástico e também na edição de 08/04/2009 da revista EXAME um fato inusitado foi comentado e está 100% relacionado ao tema MERITOCRACIA e como seu conceito não é utilizado pelo governo brasileiro.

As reportagens em questão esclarecem que o Senado brasileiro tem 181 (!) diretores e entra no detalhe dos rendimentos de um deles.

Trata-se de Elias Lyra Brandão, Diretor da Coordenação de Administração de Residências Oficiais do Senado, ou no bom português, zelador dos apartamentos dos senadores. Este senhor que não foi admitido por concurso há 30 anos ganha hoje aproximadamente R$18 mil/mês.

Ou seja, Elias ganha o que um Diretor de multinacional (segundo dados da reportagem) com graduação, pós-graduação, inglês fluente e um sem-número de subordinados ganha. Caso queira uma outra comparação, é 2/3 do que ganha um Diretor do BNDES, geralmente com doutorado e mestrado e que comanda cerca de 370 subordinados além de já ter ocupado algum cargo estratégico em secretarias de finanças.

A explicação do governo (ou pelo menos tentativa) é de que não é porque a iniciativa privada paga mal que o governo também tem que pagar mal seus funcionários. Fico imaginando o que um professor de escola federal ou um médico de hospital público pensam dessa explicação. Certamente não estão ganhando muito mais do que seus pares do setor privado.

O problema é que, além de ferir diretamente todos os princípios de meritocracia, essa questão também demonstra toda a falta de zêlo da aplicação do dinheiro público pelo governo. Fica fácil com esses fatos explicar outra notícia recente da Folha: mesmo com toda economia com juros de dívida recente o governo não consegue cobrir seus gastos com pessoal. É a farra do boi, estou no setor errado..... (ver abaixo):

Um estudo do economista Alexandre Marinis, da consultoria Mosaico, mostra que o governo federal usou praticamente toda a economia que teve com a queda dos juros no pagamento da dívida para aumentar sua estrutura e o salário do funcionalismo público. Entre abril de 2006 e fevereiro de 2009, as despesas da União com juros caíram cerca de R$ 40 bilhões. No mesmo intervalo, os gastos com pessoal subiram os mesmos R$ 40 bilhões, ao passo que as despesas de capital (investimentos) aumentaram só R$ 14,7 bilhões. Ou seja, por mais que o governo tenha feito cortes de pessoal aqui e ali, a máquina ainda é inchada demais.

Filme do mês - Gran Torino

Caso você ainda não tenha assistido a Gran Torino, com o lendário ator e diretor Clint Eastwood, não deixe de fazê-lo no próximo final de semana.

Após uma série de decepções recentes (entre elas o vencedor do Oscar, que na minha opinião é no máximo OK e perderia pra Cidade de Deus) tive o prazer de no último Domingo ver meus R$ 30 do Cinemark muito bem valorizados.

Certamente Clint Eastwood tem papel fundamental para fazer com que o filme seja excelente (até porque ele é 90% do filme) porém os dois tópicos predominantes no enredo e como eles se desenrolam ao longo dos 116 minutos é que fazem a diferença dessa produção. São eles o racismo e a amargura com os erros do passado.

Não vou contar a estória pra não decepcionar os que ainda não viram mas basicamente o personagem de Eastwood vive uma rotina amarga após a morte de sua esposa variando entre o preconceito enorme contra a vizinhança oriental que dominou seu bairro e o ressentimento pelos desdobramentos psicológicos que a participação na Guerra da Coréia lhe causou e ao relacionamento com os filhos.

E é aí nesses dois pontos que o filme se torna muito atual e útil pois acredito que precisamos nos deparar com mais frequência com exemplos que nos façam ser mais flexíveis e menos resilientes com nossas posições e preconceitos. A velocidade da sociedade atual, o individualismo exacerbado, a competitividade acirrada naturalmente estão nos tornando cada vez mais impacientes, preconceituosos, com tendências a formar guetos, de se aproximar apenas do que nos leva à nossa zona de conforto.

O preconceito é cada vez maior (me incluo fortemente nessa tendência) contra pessoas com opções sexuais diferentes, moradores de regiões diferentes do país, torcedores de outros times de futebol, partidários de uma tendência política específica, só para citar os mais comuns. Essa tendência de separação e aglutinação de ideias específicas não é positiva para nosso desenvolvimento pessoal pois, a grande sabedoria é justamente saber ouvir os dois lados e tomar partido daquele que você acredita estar mais alinhado com o que você acredita.

É importante saber lidar com o lado oposto não como um adversário a ser massacrado, mas sim como uma opção que deve ser entendida e que pode gerar inclusive aprendizados importantes.

No filme Eastwood aos poucos dá espaço para o diálogo com a outra parte e é justamente nesse momento que abre-se uma lacuna para que os ressentimentos do passado sejam entendidos de outra forma, até porque a outra parte tem uma visão diferente das razões e das consequências que fatos passados devem representar na vida atual de cada um.

Ou seja, seja você um jovem de 10 anos ou um idoso com fortes marcas da vida (como Eastwood), não deixe de abrir a mente para o outro lado, de entender que sempre há uma visão/posição diferente e ambas necessariamente não são incompatíveis.

Citando frase famosa de meu pai: "A vida é a difícil arte de se conviver com os diferentes".

A partir desse post quem quiser pode avaliar o conteúdo publicado votando nas estrelas abaixo do comentário

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dica de restaurante da semana - ICI Bistrô

A dica dessa semana do blog é o restaurante ICI Bistrô (R. Pará 36, Higienópolis - tel: 3257-4064). O restaurante foi eleito pela Veja São Paulo como o melhor francês da cidade e realmente não decepciona. Muito charmoso, com boa música ambiente, um bar elegante no térreo e um terraço bem aconchegante no primeiro andar (procure ficar lá se o tempo estiver bom).


A cozinha é totalmente focada na culinária francesa e basicamente passa por todos os pratos tradicionais como o pato, os mexilhões e o steak tartar. O confit de pato estava delicioso, assim como os mexilhões com fritas. As sobremesas são excepcionais com destaque para os profiteroles. Experimentei o suflê de abóbora com côco, mas só encare se você realmente gostar da mistura salgado + doce.

Prepare-se para gastar acima da média no ICI. Será cerca de R$90 por pessoa (sem vinho) mas certamente o ar parisiense e a qualidade da comida compensarão.
Gostaria de ressaltar que a coluna "Dica de restaurante da semana" tem forte apoio de meu amigo Willian Shiang, um dos maiores "bon vivant" que São Paulo já conheceu.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quem é "o cara" ?

A grande pergunta do dia de hoje é a seguinte: quem de fato é "o cara" ?

Alguns anos atrás quando questionado por um repórter sobre de onde viria todo seu talento, Romário (sim, o baixinho) respondeu: "Sei lá, acho que quando eu nasci Deus olhou pra mim e disse: esse é o cara!".

Hoje no encontro do G20 em Londres ao cumprimentar Lula, Barack Obama disse: "Esse é o político mais popular da Terra. Esse é o cara!".

Se Obama rivaliza atualmente com Deus por sua influência, carisma e liderança mundial, sua opinião tem um peso semelhante. Com base nisso pergunto: quem é "o cara" pra você ?