quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pequena ações que fazem o Brasil (gradativamente) melhor

Não sei se todos se lembram, mas em meu post de 23/03 sobre o "Brasil e a Meritocracia" comentei uma reportagem que havia saído na VEJA e em alguns jormais sobre 1.500 professores que haviam tirado nota zero na prova de avaliação aplicada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo em Dezembro do ano passado (na verdade foram absurdos 3.500(!!!) professores que zeraram, aproveito pra me corrigir) . Esses professores haviam errado todas as 25 perguntas a que haviam sido submetidos mas o sindicato da categoria conseguiu na Justiça que todos continuassem dando aulas em 2009.


Pois bem, para minha surpresa e como consequência dessa notícia absurda, muito me alegrou ler desdobramentos do assunto na edição de VEJA de 13 de Maio. A matéria "Escola para professores" fala sobre medida tomada pelo Governador José Serra *criando uma escola para formação de professores em SP. Funciona como um curso prático de 4 meses após a formação do professor que o aproxima do dia-a-dia da sala de aula e reforça conceitos importantes. Após o curso há uma prova que é pré-requisito para que o professor possa de fato dar aula (uma espécie de OAB da Educação).


Medidas semelhantes já foram tomadas em países como Coréia do Sul e Finlândia, referências mundiais em educação. Aquele meu post também falava em nossa dificuldade em copiar o que é bom e que comprovadamente funciona fora do Brasil. Parece que timidamente e gradativamente estamos começando a acordar para isso.


Pra quem conhece um pouco das teorias de administração sabe que umas das formas de se melhorar a qualidade de um determinado setor é aumentar as barreira sde entrada do mesmo. As barreiras de entrada para os professores de SP aumentaram, vamos esperar que o mesmo aconteça com as notas dos alunos !


* a iniciativa é de José Serra em conjunto com Paulo Renato, ex-ministro da Educação do governo FHC e atual Secretário da Educação de São Paulo.

Um comentário:

  1. A jornalista Dora Kramer na coluna que escreve no jornal Estado de S. Paulo, no dia 24/4/09 com o título de “A nau dos insensatos” criticou acidamente a utilização desenfreada e fora de propósito das cotas das passagens aéreas do Congresso a que tem direito os ilustres senadores e deputados em viagens de trabalho.

    De acordo com o noticiário da imprensa, os digníssimos representantes do povo transferiam os bilhetes que tinham direito de acordo com suas cotas legislativas e que não tinham sido utilizadas, para parentes e amigos em viagens particulares e de turismo, às custas do erário público quando na verdade, do ponto de vista ético e moral deveriam inutilizá-las.

    O mais chocante desse assunto, também foi destacado no artigo, foram as explicações absurdas dos deputados e senadores de todos os partidos tentando justificar suas atitudes considerando o procedimento como algo legal, normal e nada imoral.

    Entre as várias manifestações contrárias ao bom senso, chamou-me a atenção a justificativa de quem eu achava que o tinha.

    O Deputado Fernando Gabeira não tendo como justificar a sua farrinha, pois utilizou sua cota dando passagens aéreas para turismo da filha acusou a imprensa de leviana e de retaliação ao Poder Legislativo porque este não abastece os veículos de comunicação com verbas publicitárias como o executivo.

    A Dora criticou todas as explicações desconexas e irreais, mas dedicou ao deputado uma crítica adicional pois segundo ela Gabeira escorregou na contradição, pois se as denúncias são fruto de vingança, isto é, não se critica o executivo, pois os jornais e a televisão tem medo de perder as verbas publicitárias, neste caso a que luta se refere o nobre deputado quando se diz disposto a moralizar e modernizar o legislativo. Não se justifica um erro próprio porque outro também o comete.

    Concordo plenamente com a posição da jornalista. Nada justifica seu posicionamento
    Entretanto, à noite quando assistia o Jornal Nacional, chamou-me a atenção a notícia do crescimento do nível de desemprego da população ativa no Brasil, de 8,5% em fev. para 9,0% em março, conforme divulgação do IBGE. A notícia em si é ruim, porém resultante da crise econômica mundial. Todos os economistas e analistas econômicos esperavam esse resultado, exceto o governo atual que não gosta de má notícia, porque nunca dantes neste País.........

    Na sequência noticiou-se também o nível de desemprego na Espanha que era de 17,4%, um dos mais altos do Mundo, destacando-se que a Espanha, um país de 1º. mundo com 48 milhões de habitantes tinha um contingente fantástico de desempregados.

    Einstein disse que tudo é relativo dependendo da comparação.

    Pensei comigo, seria imaginação ou percepção minha em ver na notícia paralela da Espanha uma tentativa de reduzir o impacto da notícia do crescimento do desemprego no Brasil.

    Nesse momento lembrei-me do Gabeira, do caso Brizola/Proconsult quando a Globo escamoteou a subida na pesquisa do Brizola nas eleições para governador do Rio; das campanhas e comícios das Diretas Já em que a Globo só passou a divulgar depois de todas as outras emissoras e jornais já o terem feito ; da entrevista de longas horas no dia da primeira eleição do Lula, que esqueceu que era na Globo, quem era William, quem era Fátima e se instalou como se fosse a casa dele, depois de anos e anos ele e o PT terem demonizado a emissora.

    Todos esses fatos de passado não muito distante mostraram que os interesses da mídia e dos governos se entrelaçam muitas vezes por vias comerciais fazendo com que a independência da imprensa seja questionada ao longo do tempo.
    Portanto, não sei se estou certo ou errado, porém lembrei também de Aristóteles “O conhecimento começa pela percepção para logo chegar às verdades universais”.

    Com a palavra o futuro.

    Pai do Leo

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